Tropa de Elite

Acabo de assistir ao filme “Tropa de Elite”, de produção nacional. Infelizmente fui cúmplice de um ato ilegal, dado que o lançamento oficial do filme, nos cinemas, parece ser depois de amanhã. Na curiosidade, fui dar uma olhadinha, mas acabei não conseguindo não ir até o fim. Ainda tenho muitas dúvidas sobre o futuro da divulgação de mídia e material criativo, em geral, o que é uma coisa que está em ebulição. Logo, não me sinto um tosco total vendo a obra, sendo que venho aqui divulgá-la e homenageá-la.

Não tenho mais dúvida alguma sobre a capacidade da nossa produção de arte em vídeo, seja na forma de cinema, documentários, televisão… Na verdade já não a tinha há tempos. Com este filme, pode-se dizer que não há mais porque pagar tanto pau para um Kubrick: temos os nossos equivalentes. Está certo que os nossos roteiros não são, ainda, tão abrangentes como os dos estadunidenses, mas é só questão de grana, pois talento sobra. Voltando a Kubrick, digo sem medo que “Full Metal Jacket” não retrata uma guerra de forma tão crua e, ao mesmo tempo, tão sentida como neste filme. Enquanto lá se falava da guerra no Vietnã, em “Tropa de Elite” fala-se da guerra entre policiais e traficantes, nas favelas cariocas.

Confesso que aprendi muito sobre a realidade desta guerra. Não dava pra saber da complexidade e do naipe da tensão que existe entre as forças só com noticiários e o senso-comum. Não sabia nem que o BOPE existia. O símbolo do batalhão faz jus à situação daquela guerra. Assim como naquele artigo, concordo que devem ser um dos batalhões mais treinados para matar do mundo. “Born to Kill” do Kubrick de cu é rola, me desculpem a expressão, aliás muito bem usada no filme.

Apesar de me empolgar com obras audaciosas como esta no nosso cinema, fico triste sobre os temas recorrentes. Mas não posso tirar muito a razão dos roteiristas, pois é, de fato, uma realidade nacional. Como a indústria não é burra, sabem que relatar a desgraça vende mais que relatar o belo do país. Espero continuar vendo excelentes produções como esta, com temas mais amenos, melhor seria. Temos de rezar e fazer nossa parte para que a situação daquele povo, os inocentes no meio, não persista naquele inferno. E que os vegetarianos (os que defendem a causa dos animais) que usam drogas não sejam surpreendidos tão friamente, pela polícia da coerência, como seriam pelo BOPE. Financiar uma guerra destas é de dar vergonha em qualquer um.

5 thoughts on “Tropa de Elite

  1. e ai gustavo? nao sabia q vc tinha um blog, q massa. vo t adicionar la no meu.
    ainda nao vi esse filme e sabe q tenho um preconceito sobre ele? sei la, qdo se fala demais me enche o saco, mas vo v se vejo, estreiou essa semana la em uberlandia. pra falar a verdade to mais com vontade de ver o hairspray…
    comparar com kubrick? sei nao viu… o foda do nascido pra matar eh q tem a segunda parte q cai um pouco a qualidade. se fosse soh a primeira parte seria um filme incrivel.

  2. Fala, cara. Tudo bem? Pois é, hehe. Também te ponho uma ligação, aqui, valeu. É fato que tem-se falado muito sobre o dito cujo, mas vale a pena conferir. Esse eu não conheço, valeu pela indicação. Ele é bom, viu? Eu, particularmente, achei mais realista que o Nascido pra matar, no assunto treinamento militar e sentimento dos envolvidos numa guerra. Você foi pra casa no feriado? Eu fui, mas nem consegui contatar amigos, rápido demais. [], cara.

  3. pois eh
    vi o hairspray esses dias, eh bem legal, eu gostei, super fliz, vc sai do cinema e parece q a vida eh uma maravilha.
    eh, t confesso q realismo nao me interessa muito nao viu, mas acho q semana q vem vo ver o tropa de elite mesmo, acho q vo gostar, so nao quero chegar la com uma opiniao ja formada
    fui pro feriado tb e foi bastante corrido tb.
    abbrços

  4. vi o tropa de elite,
    gostei, mas nao achei nehuma brastemp, ainda prefiro nascido pra matar. o nascido pra matar tem um teor psicologico que o tropa de elite nao passa nem perto.

  5. É, tem isso. O Kubrick focou muito no personagem do gordinho e de cara-de-jonh-lennon. Mas tem coisas em que o brasileiro tá melhor, acho. Enfim, os dois são show.

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